O 3º metro quadrado mais caro do país é de Balneário Camboriú
Obra de alargamento da faixa de areia da Praia Central impulsionou preços e procura pela cidade.
Balneário Camboriú, no Litoral Norte de Santa Catarina, tem o terceiro metro quadrado mais caro do país. Segundo o Índice FipeZap de Preços de Imóveis Anunciados, publicado em novembro deste ano, a média do valor está em R$ 9.091 mil. A variação de preço no acumulado de 2021 foi de 17,75%.
De acordo com a presidente da Balneário Camboriú Convention & Visitors Bureau, Margot Rosenbrock Libório, a obra de alargamento da faixa de areia da Praia Central, finalizada no início deste mês, impulsionou os preços dos imóveis e a procura pela cidade. Outros atrativos na região também ajudaram.
“Está acontecendo um movimento na cidade e na região, puxado por Balneário Camboriú. Apesar da pandemia, a cidade teve atrativos turísticos, investimentos importantes. O alargamento também foi um fator importante e deu exposição para a cidade e a obra surpreendeu”, disse.
Com a reabertura dos hotéis e a aceleração da campanha de vacinação a cidade se prepara para receber mais de um milhão de visitantes nesta temporada de verão, segundo a projeção da associação formada por empresários locais relacionados à cadeia produtiva de viagens, eventos e turismo.
O valor médio do metro quadrado do imóvel, segundo o levantamento, está atrás apenas de São Paulo (R$ 9.673) e Rio de Janeiro (R$ 9.631). No ranking do metro quadrado mais caro do país, Itapema, na mesma região, está em quatro lugar, com preço médio de R$ 8.743 mil.
Em Florianópolis, na capital catarinense, o valor está em R$ 8.450 mil. O estudo, monitora o mercado imobiliário de 50 cidades, apontou que a média dos locais consulados está em R$ 7.839.
Para Nelson Nitz, a procura por imóveis aumentou bastante em Balneário Camboriú durante a pandemia. O presidente do Sindicato da Indústria de Construção Civil de Balneário Camboriú (Sinduscon) explica que, além do alargamento da praia, a disseminação do trabalho remoto possibilitou que pessoas pudessem estar em outros locais.
“Essa mudança provocou uma migração, principalmente dos grandes centros urbanos em direção a locais com melhor qualidade de vida, lazer, segurança, como no caso do nosso litoral”, disse Nitz.
Renato Monteiro, empresário do setor de imóveis que trabalha na região, explica que os apartamentos de frente para a praia alargada aumentam ainda mais o valor médio da cidade.
“A vista para o mar é um ativo importante. E, em Balneário Camboriú, por ter menos
de dez terrenos para construir novos prédios nos próximos anos, acaba acentuando muito mais o preço, pois está acabando”, comenta.
Alargamento
A largura da faixa de areia passou de uma média de 25 para 70 metros. Os trabalhos começaram em março deste ano, com a chegada de tubos usados juntos com a draga, que chegou à cidade em 22 de agosto.
A embarcação pegava areia de uma jazida e, através da estrutura feita com os tubos, levava o material até o a orla da praia. O trabalho da draga terminou em 31 de outubro.
A largura da praia foi aumentada em toda a extensão da orla, que é de 5,8 quilômetros. Para o ano que vem, após a temporada de verão, estão previstas obras no calçadão da Avenida Atlântica, rua em frente à faixa de areia, e o plantio de vegetação de restinga, uma exigência do licenciamento ambiental da obra.
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